A Doutrina Aristotélica do Belo e da Arte segundo Frederick Copleston
Aristóteles ensinando Alexandre, o Grande gravura de Charles Laplante Platão censurava a arte precisamente por ser mímesis , ou seja, imitação de coisas fenomênicas, as quais, por seu turno, segundo este mesmo filósofo, são imitações do paradigma das Ideias eternas. Desse modo, a arte torna-se cópia de cópia, aparência de aparência, em que por certo há de desaparecer o verdadeiro. Opõe-se Aristóteles, claramente, a tal modo de entender a arte. Acompanhemos-lhe o pensamento. I. A BELEZA SEGUNDO ARISTÓTELES • Para o Estagirita, o belo não se confunde com o meramente agradável, razão por que, nos Problemas,[2] contrapõe a atração sexual à seleção estética — não há confundir a “beleza” que só atinge o desejo com a beleza real e objetiva. Mais: na Metafísica[3] chega a dizer que as matemáticas têm certa relação com a beleza, o que afasta totalmente do campo do belo o que simplesmente estimula os sentidos. • Quanto, porém, à distinção entre o belo e o bem, Aristóteles n